Luciana de OliveiraDo G1, em São Paulo
Vendas de carros usados caem pelo segundo mês seguido
Ainda há alta no acumulado do ano, graças aos seminovos.
Sem achar carro novo por menos de R$ 30 mil, cliente ainda busca o usado.
As vendas de carros usados registraram queda em setembro, pelo 2º mês seguido, conforme dados da federação dos concessionários, a Fenabrave. O resultado é em relação a 2014. Conforme essa comparação, desde fevereiro último, os emplacamentos de seminovos e usados não emendavam 2 meses consecutivos de baixa nas vendas.
No acumulado do ano, no entanto, os emplacamentos de carros usados seguem em alta de 2,36% em relação ao período de janeiro a setembro de 2014, com 7.476.566 unidades.
Sumiço do 0 km 'basicão'
Siqueira destaca que, enquanto as negociações de automóveis com 4 anos ou mais de uso caíram neste ano, as de seminovos, como são chamados os que têm até 3 anos de uso, cresceram 37,5%.
Para ele, esse movimento acontece principalmente porque as montadoras pararam de produzir carros mais básicos e baratos a partir de 2014.
"Antes era possível encontrar carros novos como o (Fiat) Palio Economy por R$ 20 mil, R$ 22 mil. Hoje você não encontra um carro (zero) por menos de R$ 30 mil", avalia Siqueira. "No mercado de usados há muitas boas ofertas de carros mais básicos."
Fim do carro 'popular'?
Por força da obrigatoriedade de airbag e ABS em carros novos, desde 2014, modelos de entrada como o Volkswagen Gol G4 (geração antiga) e o Fiat Mille (antigo Uno) saíram de linha. Ainda no ano passado, a Ford deu fim ao Ka antigo e criou um novo carro de entrada, com o mesmo nome, porém um pouco maior e mais equipado - e bem mais caro que o "Kazinho". A Chevrolet também está aposentando seu modelo de entrada, o Celta, e diz não ter encontrado ainda um "carro de R$ 30 mil" para substituí-lo.
Pesquisando na última quinta-feira (15) nos sites das montadoras que mais vendem no Brasil, não há carro de entrada por menos de R$ 28 mil.